Florianópolis: UFSC, Núcleo de Tradução, Volume I. 2010 .- 344 p.
A variedade dos aspectos da teoria da tradução é quase infinita; e,
com frequência, esbarramos no paradoxo da intraduzibilidade
intrínseca de todos os textos, que também constitui o ponto de partida
a esse prefácio. É a esse paradoxo que Janheinz Jahn, em 1956, dedicou
um diálogo fictício entre um filólogo, um poeta e uma leitora.
Resumindo a discussão, um comentarista conclui:
Uma tradução que preserva todas as qualidades do original e na qual,
ademais, não se percebe que se trata de uma tradução - é impossível.
Ela somente seria possível, se as línguas não tivessem diferenças, não
tivessem uma alma. Nesse caso, porém, provavelmente não haveria
obras de arte a serem traduzidas. A possibilidade da tradução, assim,
impossibilita a sua perfeição. E aqui, na impossibilidade de traduções
perfeitas residem as possibilidades para o tradutor.
A presente antologia trata exatamente disso. Ela naturalmente só
abrange alguns recortes da teoria da tradução em língua alemã.
A seleção dos textos exige uma justificativa. Os critérios mais
importantes foram o peso teórico dos textos em relação à tradutologia
e a tematização não só da língua alemã, mas da língua como tal.